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LIÇÕES QUE APRENDI PERCORRENDO O MUNDO

  • Foto do escritor: uribrasil
    uribrasil
  • 9 de fev. de 2016
  • 4 min de leitura

"O mundo é como um livro aberto. Quem não viaja, só lê a primeira página".

"Como dizem por aí... nada desenvolve mais a inteligência do que viajar."

Neste dia tem algo me dizendo que estou pronta para voltar ao lugar onde tudo começou, e que agora mais do que nunca sinto saudade de meus entes queridos. Quero vêr-los, abraçá-los, apoiá-los, passar longas horas conversando e comendo, andar pelas ruas da cidade, ver o que tem de novo em relação a quando fui embora, porque ao sair me lembro bem que por onde passei haviam construções em andamento.

Talvez este seja o meu motor para retornar, mas hoje acordei pensando que às vezes o que é especial sobre um lugar, não é o lugar em si, mas as pessoas que estão lá, e embora eu esteja em uma cidade cheia de seres humanos , paisagens coloridas, lugares belos para conhecer, percebo que se eu não compartilhar esta aventura com pessoas que amo, não é a mesma coisa.

E eu sou das pessoas que aprenderam que a solidão é boa de vez em quando, mas quando se trata de explorar, eu gostaria de fazer mais na companhia de minha família, amigos ou parceiros, imaginando tudo o que poderíamos fazer juntos.

Então eu me pergunto, para que viajar?

Para perceber que a cidade de onde eu venho é a minha história, são minhas raízes, os meus hábitos, minha cultura, para lembrar de que o que eu sou hoje, foi por causa do que eu vivi ontem. Infelizmente, existem momentos na vida onde não damos valor algum para tudo isso, onde não aproveitamos para conhecer cada região que existe nesse lugar, e então, é depois que não está ali que vai começar a valorizar.

Viajar para perceber que às vezes é bom sair para ver um céu diferente, respirar outros ares quando o anterior já te deixava sufocada. Mas, o que realmente te entusiasma dia a dia não é o lugar para onde você vai, e sim a força que você tem dentro de si mesmo para seguir caminhando, seguir lutando por estar bem, para recuperar tudo aquilo que foi perdido. Como diz o filme Livre "porque todos os dias o sol nasce e se põe, independente se vamos vê-lo ou não".

Viajar para provar a mim mesma o que sou capaz de fazer e aguentar, para conhecer mais, para desenvolver tudo aquilo que eu precisava, como a paciência. Porque em um lugar tão grande, onde as horas voam como os pássaros, onde as distâncias são curtas, porém longas pelo trânsito... os transportes públicos parecem formigueiros, assim como as ruas estão cheias de pessoas tentando sobreviver a cada dia. Você percebe que o correto não é correr do dia, senão simplesmente vivê-lo.

Viajar para perceber que a vida não é um livro escrito, que as coisas mudam constantemente e que o planejado as vezes não foi o que resultou. Que é bom ter planos para o futuro, mas o melhor é viver no presente, observando o que realmente quero, necessito e o que me convém nesse dia.

Viajar em algumas ocasiões aproveitando estar sozinha, porém outras vezes preferir estar acompanhada. Alguns dias você se sente bem e feliz por pensar em suas realizações, mas outros dias se sentir triste e cheia de saudade, relembrando de pessoas, momentos e desejando por um instante estar lá.

Viajar para me dar conta de que em um lugar tão habitado por milhões de seres humanos, ao final do dia só estará você entre a multidão apreciando o pôr-do-sol.

Viajar para viver experiências difícies, porque surgem verdades que te provam. Perceber com quem realmente você pode contar mesmo à distância, quem sempre estará do seu lado nos momentos de necessidade. Da mesma maneira compreenderás que a liberdade vem da independência, e quando está disposto a viver com gosto, você tem que cuidar de seu bem-estar, tem que conseguir um trabalho para continuar se mantendo, porque ainda que conte com o apoio de sua família, ainda que tenha dinheiro guardado, sabe que tudo se acaba um dia.

Viajar para estar em dois trabalhos, dois lugares diferentes, dos quais aprendi que para chegar até onde você quer, tem que saber exatamente o que deseja. Onde as emoções são uma gangorra, onde eu tive que me confrontar, dizendo a mim mesma que voltar ao mesmo lugar de antes não é por um pé atrás, que voltar não é sinônimo de fracasso. E sim que, voltar por onde tudo começou, é o melhor caminho para continuar seguindo, cada vez mais perto do que eu quero.

Viajar para conhecer novas pessoas, aprender seus idiomas, suas culturas e sua forma de viver. Algumas, mais que outras agregam em sua vida, mas são graças a esses que dividem bons momentos e criam uma linda amizade que sempre será recordada. É onde você percebe que o destino coloca muitas pessoas na sua vida, porém somente as melhores permanecem para sempre.

Viajar para fazer o que eu quiser, me sentir livre e agir sobre minha própria responsabilidade. Para se concentrar em mim e no que eu quero, simplesmente viajar para recuperar o que foi perdido, minha paz e minha felicidade.

Viajar para ver que há um mundo para conhecer, para percorrer, para perceber que ainda tenho muito para fazer e aprender, que às vezes as coisas não são fáceis, mas quem disse que seriam? Por isso temos que nos esforçar se realmente queremos algo.

Assim foi como minha vida mudou ao viajar e me ajudou a compreender que ao final disso se trata também, de passar momentos difícies, por trabalhos, por relações e simplesmente por experiências que mostraram não ser o que esperávamos, mas que, afinal de contas nos ajudaram a descobrir que é o que queríamos, aproximando-nos cada vez mais do que queremos realmente ser.

Por: Estefanía Solís Arias.


 
 
 

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