PARQUES NACIONAIS DO URUGUAI

É com muito prazer que o Guia dos Caroneiros tem o orgulho de relatar três parque nacionais que visitamos no Uruguai durante nossa trip. Parques com energias distintas entre si que fazem do Uruguai um país belo e repleto de paz.

Vamos apresentar os parques nesse post de acordo com a ordem em que os percorremos.

PARQUE NACIONAL DE SAN MIGUEL

San Miguel é o parque nacional mais próximo do Brasil, tão próximo que chega até a fazer fronteira. Situado na cidade de Deciocho de Julio (a 10km de Chui), todo o parque é de entrada franca, com excessão do Fuerte San Miguel, um forte que foi levantado pelos Portugueses em 1737 após a tentativa fracassada de tentar populacionar a cidade de Maldonado. O forte foi usado como posto de observação dos movimentos de forças espanholas, que disputavam território uruguaio que ainda não possuía independência.

Além do forte, também é possível realizar uma visitação pública ao "Museo Criollo y Indigena", um museu que abriga toda história dos nativos indígenas antes e após a colonização portuguesa-espanhola.

E por último, a atração do parque mais imperdível. Lembrando que o Uruguai não tem grandes altitudes, mas tem grandes belezas, como o Cerro Picudo, grande não por seu tamanho, mas sim por sua presença elevando-se sobre uma vasta planíce. Com aproximados 100m de altitude, o Cerro Picudo oferece uma das vistas mais deslumbrante do País.

Para alcançar o Cerro, é necessário caminhar 3km a partir do Museu Indígena por uma trilha de fauna e flora única. O percurso não apresenta nenhuma dificuldade de caminhada.

PARQUE NACIONAL DE SANTA TERESA

Situado em uma das melhores regiões litorâneas do Uruguay, a 3km de Punta del Diablo se encontra o Parque Nacional de Santa Teresa. Praias, lagoas, animais, fortes, florestas, birdwatching, jardim botânico, mirante de baleias entre outras coisas que fazem do Parque de Santa Tereza um lugar mágico.

Pela portaria oficial do Parque, na recepção turística, é possível pegar um mapa de toda área do parque, que pode ser percorrido de carro, bicicleta ou até mesmo caminhando (que leva o dia inteiro). Próximo a recepção está o jardim botânico de flora nacional e a estação de birdwatching.

O Recinto Silvestre de Animais se encontra a 2km da recepção. O Recinto é constado como uma área de reabilitação todos os tipos de animais, porém vimos muitas irregularidades no recinto. Um gato selvagem enjaulado junto com uma carniçada em uma gaiola minúscula, aves de diversas espécies presas em gaiolas sem apresentar nenhum tipo de doença. Ficamos chateados em relação ao que vimos em um Parque Nacional, porém recuperamos o ânimo e seguimos em frente em busca de outras atrações.

Após passar por um acampamento militar, chegamos ao mirador de ballena (mirante de baleias) entre a Playa de la Moza e a Playa de la Achiras, na expectativa de avistar alguma baleia. Não entramos na água devido ao extremo frio que fazia, pois era inverno, assim como infelizmente também não avistamos nenhuma baleia. Pelo frio e vento que fazia na praia, decidimos partir para nossa última atração no parque.

A Fortaleza de Santa Tereza, catalogado como o forte mais expressivo do Uruguai, foi construída em 1761 durante a colonização portuguesa com o intuito de proteger o forte de San Miguel. Entre 65 anos após sua construção, além dos portugueses, a fortaleza foi ocupada também por espanhóis, brasileiros e exército patriotas, até finalmente estar sobre os domínios do Uruguai.

Ao lado do parque de Santa Teresa, está situada também uma área protegida chamada Cerro Verde. Cerro Verde é uma zona de alimentação e desenvolvimento de tartarugas marinhas, e zona de migração de alguns cetáceos. Não chegamos a ir na área do cerro verde pelo frio e vento que fazia, porém passaremos por lá em nossa próxima trip.

PARQUE NACIONAL CABO POLONIO

O parque que mais nos encantou do início ao fim foi o Parque Nacional de Cabo Polonio, localizado a 100km de Chuy. Imensas dunas, lobos marinhos, um povoado cheio de sossego, muito sossego e ausente de eletricidade. Como chegamos no Uruguay em baixa temporada, tivemos o prazer de desfrutar as paisagens sem praticamente ninguém.

Existem apenas duas maneiras de se chegar em Cabo Polonio: Pagando 170 pesos uruguaios pela ida e volta a partir da entrada principal do parque, ou cruzar uma trilha de aproximadamente 6km pelas dunas do parque, optamos em chegar ao parque pela segunda alternativa, a mais econômica.

Pagamos apenas 25 pesos (ida e volta) para um pescador nos atravessar o rio que separa a cidade de Valizas das dunas de Cabo Polonio. Após caminhar 4km de exuberantes dunas, já podíamos avistar o povoado de Cabo Polonio, um farol rodeados por casinhas sem muros e sem ruas, algo novo para nossos olhos.

Levamos nosso kit-cozinha pois já estávamos ciente que tudo lá é caro e após almoçar, fomos conhecer a tão esperada reserva de lobos marinhos. Foi inacreditável ver pela primeira vez tantos lobos marinhos de uma só vez em uma só pedra. A vida dessas criaturas se resume em comer, dormir e brigar entre si, que apesar dessa monotonia, é algo fantástico de se deslumbrar.

Fomos conhecer "El Faro", de onde se obtém uma ampla visão panorâmica do povoado e dos lobos marinhos nas rochas da costa. Caminhamos também pela comunidade observando que Cabo Polonio está muito bem preparado para o turismo, muitos restaurantes, campings e albergues.

Voltamos pelo caminho de 6km que chegamos e lá estava o pescador nos esperando para realizar a travessia de volta para Valizas. Lá fizemos uma fogueira para esquentar a água para o banho, para preparar a comida e ficamos contemplado a estrelas.

Cabo Polonio nos levou a refletir sobre a diferença de qualidade de vida entre ter pouco e ter muito. Notamos a felicidade e saúde (mental e física) dos uruguaios que se orgulham de viver com o pouco, e isso sem sombra de dúvidas, é a maior e melhor riqueza de que um homem pode ter.

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